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À conversa com Fernando Martins

Submetido por nunol em Qui, 16/01/2020 - 13:45

Nasceu em 1972. 
Frequentou o curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
Representou Portugal na Bienal dos Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo em 1992.
Começou a interessar-se por fotografia e aprendeu a técnica fotográfica na disciplina de Fotografia do curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 1992.
Trabalhou em agências de Design e Publicidade como Pós-produtor fotográfico e Ilustrador sendo freelancer desde 2002.
Colaborou como Ilustrador em inúmeros jornais e revistas em Portugal. 
Em 2006 criou e leccionou Workshop de Edição de Imagem no AR.CO  (Centro de Arte e Comunicação Visual).
Em 2016  publicou na Abysmo o Photobook Cidade Sombra com uma exposição homónima individual na Cordoaria Nacional em Lisboa.
Em dezembro de 2019 inaugura a exposição Release The White Rabbit no auditório Municipal Augusto Cabrita no Barreiro
Vive e trabalha em Londres desde 2015 dedicando-se à fotografia, pós produção fotográfica e ilustração digital.
 

De onde vem o interesse pela fotografia?

O interesse pela Fotografia surgiu em alturas diferentes, primeiro, ainda muito novo, como quase toda gente, através da câmara dos pais, uma Agfamatic 55C e um ou dois rolos para as férias de verão que eram democraticamente divididos por todos; penso que vem daí a disciplina, o respeito por cada frame e o nível de exigência no enquadramento. Numa segunda fase, no fim da adolescência, fui muito influenciado pela estética das bandas Indie e Pop Rock do final dos anos oitenta, as capas de discos e os videoclips, assim como pelas produções de moda em revistas como a Vogue Hommes, Arena ou a Face; recordo nomes como Anton Corbijn, Helmut Newton, William Klein ou Bruce Weber, tudo isto, a juntar ao meu interesse pelo cinema, pela Nouvelle Vague, o Expressionismo e o Film Noir foi determinante na definição de uma estética e para que começasse a fotografar com uma abordagem, digamos assim, mais artística. De seguida, a entrada na Faculdade de Belas Artes e a disciplina de Fotografia fez com que aprendesse o que me faltava, desde a Pinhole Camera às técnicas de revelação e impressão, ao mesmo tempo que usava a fotografia em trabalhos de diversas disciplinas do curso. Há cerca de dez anos, depois de muito tempo sem fotografar comprei uma série de câmaras antigas na Feira da Ladra que me fizeram despertar novamente para a fotografia, Agfa Billy, Canon Canonet, Pentax S1A e uma Konica Auto S2, esta última que usei exaustivamente durante um ano e tal. Mais tarde, desenvolvi o meu primeiro projecto, Cidade Sombra, cerca de dois anos de percursos diários a fotografar em Lisboa que resultaram numa exposição individual na Cordoaria e a edição do respectivo photo book na Abysmo em 2016.

Como descreves a tua fotografia?

É sempre difícil descrever a minha fotografia, com receio de me tornar demasiado explicativo ou de me substituir à sua autonomia e mistério, mas procurando reconhecer uma consistência no estilo, padrão ou recorrência de temas, eu diria que é o registo de um certo quotidiano ignorado, revelado numa estranha inquietação por uma estética sombria e algo ameaçadora.

Que equipamento e objectivas usas nas fotos que mostras aqui.

Nikon FM2n, Nikon F5, essencialmente, objectivas de 20 e 35 e 50 mm, mas fotografo muito também com a Leica M6, Olympus OM-2N, OM-1, Mamiya C33 e Yashica Mat 124 G

e películas preferidas?

Uso bastantes, gosto de experimentar, mas as mais recorrentes são o Kodak Tri-X, o Ilford HP5 400, FP4 125, o Kodak TMax 100 e 400,

Release the White Rabbit parece uma diário de uma Londres sombria e alternativa. É esta a tua Londres?

O Release the White Rabbit surgiu de um primeiro projecto, logo que cheguei a Londres há cinco anos, pensei em criar um corpo de trabalho documental sobre cada um dos boroughs (distritos ou freguesias), focando-me nas particularidades sociais, na arquitectura, nas comunidades etc., um projecto megalómano quando estamos a falar de fotografar 32 áreas numa cidade de 1570 km2 (!). Ao fim de alguns meses a viver aqui passei a a olhar para a cidade de uma forma menos compartimentada, sentindo para além do problema da escala, que aquelas fronteiras se diluíam e que o projecto já não me interessava tal como o concebera inicialmente. No entanto, como ando sempre com uma ou duas câmaras na rua, nunca parei de fotografar, intuitivamente, já sem pensar no projecto. À medida que fui revelando as fotos, apercebi-me de um conjunto de imagens que pareciam comunicar entre si, mostravam um lado bizarro e menos conhecido da cidade que me pareceu mais consistente para desenvolver um projecto, sem as limitações a que de início me tinha imposto; assumia desta forma um olhar muito mais pessoal, de alguma forma a minha Londres, para responder à tua pergunta, e que resultou na exposição Release The White Rabbit.

O meu processo de trabalho passa muito por esta espécie de avaliação posterior, de olhar para as fotos meses depois de as tirar e ir fazendo ligações, formar pares, criar pequenas narrativas. Aqui o título Release the White Rabbit evoca o coelho branco como símbolo da abertura para um mundo paralelo, faz-nos olhar para além do que é óbvio, e é também a manifestação de um lado mágico, um passo no oculto. Uma amiga minha depois de ver a exposição disse que sentia que havia algo que a perseguia, é este o tipo de feedback que me agrada, sentir que há uma presença que habita aquelas imagens ainda que por ali quase nunca se vejam pessoas.

Porque insistes em fotografar com película?

Apesar de também usar o digital, é a película o que utilizo no dia a dia. Há uma certa magia que se perde quando fotografo em digital, fico para ali a disparar e a olhar constantemente para ver o resultado, cria-me ansiedade. Já o analógico é essencial no meu processo criativo, gosto de estar dez ou quinze minutos à procura do enquadramento perfeito, tenho uma maior envolvência com o espaço e sinto-me muito mais ligado ao que está do outro lado, como se houvesse um diálogo com aquilo que fotografo, agrada-me a disciplina dos 36 frames por rolo, de esperar às vezes vários meses pelo resultado, literalmente pela revelação. Por outro lado também gosto mais dos resultados da película, do preto e branco em particular. É um facto que já fiz trabalhos a um nível profissional e comercial em que o digital me serviu melhor, mas aí os pressupostos são totalmente diferentes, mais ligados a questões práticas como a falta de tempo ou a exigências técnicas que no meu trabalho mais pessoal não são relevantes.

Referências na fotografia? algum fotógrafo decisivo na tua vida para também quereres ser fotógrafo? Ou foi algo natural que aconteceu?

Não me ocorre apenas um fotógrafo decisivo para ter começado a fotografar, as minhas referências são abrangentes a outras áreas, ao cinema, à literatura, à banda desenhada… o Jacques Tourneur não será menos decisivo para mim do que o Robert Frank, por exemplo. Quando penso em fotógrafos de que gosto ocorrem-me sempre tantos nomes, e com registos tão diferentes: Christer Strömholm, Anders Petersen, Daido Moriyama, Alfred Stieglitz, Diane Arbus, Harry Gruyaert, Paulo Nozolino, Brian Duffy, Duane Michals, Lee Fiedlander, Alec Soth, William Eggleston, Brassaī, Nan Goldin... Acabei há pouco de ler a biografia do Don Mc Cullin, um senhor com uma história de vida e obra impressionantes; a Tate Britain dedicou-lhe uma exposição notável o ano passado.

Projectos para o futuro?

O Release The White Rabbit é um ongoing project, a última imagem da exposição é um marquee iluminado com a frase Follow the White Rabbit, portanto vou continuar por aí.

O que te inspira?

Correr, é a altura em que me consigo abstrair das preocupações, parece que o cérebro se organiza espontaneamente durante a corrida e ao mesmo tempo fluem imensas ideias É um prazer e uma necessidade diária.
 
 

Algumas fotos de Cidade Sombra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algumas fotos de Release the White Rabbit

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Todas as fotos de Fernando Martins e publicadas com a autorização do autor.

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fotografia de rua

Um café com Fernando Correia

Submetido por nunol em Dom, 26/05/2019 - 17:49

Vejo o Fernando como um resistente, um fotógrafo da velha guarda, de uma geração em extinção.

Geralmente a preto e branco, a sua fotografia tem uma composição muito cuidada; com ambientes minimalistas, a exposição e contrastes das suas fotos estão sempre no ponto, fruto de anos de experiência e de um olho bem cuidado.

Nos anos 70, quando o Eric Kim não sonhava com fotografia de rua, já Fernando fotografava as ruas de Lisboa.

Dizem que gosta de fotografar pedras, calhaus e madeiras. ;)

Passo a palavra ao Fernando:

 

É verdade que sou da velha guarda. Provavelmente de uma geração em extinção! Quanto a isso nada posso fazer!

Devo o meu início à inveja. À inveja que sentia ao ver fotografias.Todas! Postais, de família, nas revistas, eu sei lá o que mais devorava com os meus olhos nesse tempo sem televisão. A inveja foi notada pelo meu pai que me ofereceu uma espantosa Kodak Brownie de lentes geminadas para o formato 127, aquele dos negativos 4x4.

Foi assim que comecei. Depois, foi a descoberta da luz e da película, e do local escuro onde se sujeitava o filme a um banho especial. Com 14 ou 15 anos revelava os negativos 6x6 provenientes dos roubos que ia fazendo à máquina do meu pai, uma espalhafatosa Rollei, e imprima-os por contacto obtendo assim “belíssimas” provas já com dimensão para se perceber o que lá estava. A “inspiração” e os temas vinham da família que aturava os meus constantes pedidos de ponham-se lá aí e de algumas paisagens por onde eu passava quando era levado em passeios ou viagens.

No início da década de 70, já dava os primeiros passos pelos concursos de fotografia, que ao contrário do que se possa pensar, naquela época abundavam. Datam dessa altura algumas coisas que eu fiz no extremo norte do país, no Algarve então ainda terra de pescadores e por Lisboa onde gastava muito do meu tempo livre.

 

A minha preferência pelo preto e branco é o resultado do meu processo de aprendizagem. Comecei com ele, “evoluí” com ele e acabei por ficar preso na sua representação da realidade.

Não quer isto dizer que recuse a cor. Nada disso. Simplesmente prefiro a simplicidade dos cinzentos. É mais fácil para mim. E depois, quando comecei a tentar entrar mais a sério, o Josef Koudelka, o Eduardo Gageiro, o Henri Cartier Bresson, o Irving Penn, o Jean Loup Sieff, o Bill Brandt, o Ansel Adams, o Edward Weston, decididamente mexeram comigo.

Tenho saudades do Kodak HIE e do Fuji ACROS. Dos outros nem tanto porque na verdade todas as películas sofreram grandes “evoluções” e quando se é nostálgico em relação, por exemplo ao Tri-X, na verdade a sua versão actual há muito que o tipo de emulsão, sais de prata e base, pouco têm daquilo que tornou o Tri-X o que ainda parece ser!

O Kodak HIE e o Fuji ACROS são casos especiais. O HIE porque foi criado e descontinuado com as mesmas características originais. Nomeadamente a inexistência da camada anti-halo.

A conjugação desta “falha” permitia obter um efeito que só com o HIE era possível e embora hoje existam alternativas interessantes, a coisa não é como com ele ….

Já o ACROS, relativamente recente criado pela Fuji, tem as características que eu vejo num filme moderno: grão fino, latitude de exposição, etc … O ACROS foi e ainda é, porque tenho um stock considerável em 120 e 4x5, quando revelado com RODINAL ou, como gosto mais, com HC110 a minha película de referência.

 

Costuma-se dizer que O GF é um campeonato à parte e será mesmo?

Primeiro há muita ignorância no que se diz e até para aprender com o doutor google é preciso mais qualquer coisa que olhos. Já escutei alguns artistas iluminados incluírem nesta designação coisas como impressões de grandes dimensões, ou negativos de 6x6 ou mesmo 6x9, etc..

O GF que conheço é um processo fotográfico que envolve, sempre, a utilização de uma película com dimensões iguais ou superiores a 9 cm de lado menor e 12 cm de lado maior.

Ora, como a era digital ainda não conseguiu produzir superfícies sensíveis à luz desta dimensão de forma que a sua comercialização esteja ao alcance do comum dos mortais, o GF ainda está acantonado no “velhos” materiais sensíveis à base de sais de prata, que precisam de revelação em câmara escura!

Acresce que por força do que acabei de dizer as máquinas que suportam este processo são também despidas de todas as tecnologias que democratizaram a fotografia: não há focagem automática, não há exposição automática da luz, não há compensação de movimentos, não há HDR, não há compensação de diafragma ou de obturador. Enfim, é preciso fazer tudo e tudo fica ao critério do fotógrafo. E aqui começam os problemas porque, como disse, o “fotógrafo” tem de ser capaz de tomar uma mão cheia de decisões de acordo com os ajustes possíveis e necessários face ao motivo que quer fotografar, naquele preciso momento.

E ainda por cima não pode falhar, só há uma oportunidade porque a superfície sensível é fornecida em folhas isoladas. Uma de cada vez é a filosofia.

Portanto nada de disparar uma série de fotogramas e ver qual delas ficou melhor. Na verdade a teoria do “momento decisivo”, que aliás não partilho mas que sou obrigado a respeitar tendo em atenção a multidão de fotógrafos e artistas que a seguem hoje em dia acompanhados de toda a tecnologia, se se pode falar disso, do momento decisivo, então será seguramente no GF!

Imaginemos que numa das máquinas digitais actuais era possível mudar de sensor de acordo com o que se estava a “tentar” fotografar? Que maravilha seria, sermos capazes de escolher o sensor adequado à circunstância, sem mudar de máquina!

Pois bem, é isso exactamente que se faz quando se escolhe esta ou aquela película para este ou aquele trabalho: dimensão e características da trama do grão, sensibilidade, revelador e para já não falar da dimensão. Esta é a grande vantagem da película face às soluções digitais existentes. É como se tivéssemos a possibilidade de trocar de sensor sempre que fosse necessário.

Sou realmente atraído pelas paisagens desumanizadas, quase estéreis, densas. São manias que modernamente dizem-se opções, para as quais não encontro explicação. É assim que sou.

 

 

Muito Obrigado Fernando, um abraço!

 

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À conversa com Gonçalo Martins

Submetido por nunol em Qua, 17/04/2019 - 21:31

Gonçalo Martins nasceu em 1975 em Portimão; desde cedo se interessou por fotografia.

Fotógrafo autodidata, começou o seu percurso com uma câmara digital, mas a insatisfação leva-o a a ler e aprender com grandes mestres da fotografia que usavam câmaras analógicas. Actualmente trabalha maioritariamente em película, faz fotografia fine-art (termo que o fotógrafo tem relutância para caracterizar a sua fotografia).

Conheci-o por causa de um negócio na web e algo que achei muito curioso foi um fotógrafo algarvio aleatório fazer fotografia de grande formato, quais são as probabilidades disso acontecer? :D

De onde vem o interesse pela fotografia?

Desde miúdo que era muito observador e sempre gostei da ideia de poder registar o que observava. E embora eu gostasse de desenhar, sabia que não tinha propriamente um dom. A fotografia e o vídeo sempre me acompanhou de alguma forma através do meu pai, mas foi na adolescência que desenvolvi mais o gosto. Pratiquei durante muito tempo skate, e ver vídeos e ler revistas sobre a modalidade era como um culto para mim. Nesse tempo já admirava os fotógrafos e as suas fotografias sobre skate. Em 2004 comprei uma câmara fotográfica Sony de 1.3 megapixeis e comecei a registar os meus amigos a andar de skate e aí o gosto pela fotografia começou-se a afinar. Comecei a ler algumas revistas sobre fotografia e o gosto a aumentar. Em 2006 num acaso de mais umas pesquisas pela net, e já com uma Nikon D70 em punho e com vontade de saber mais sobre o que era a fotografia, encontro a informação sobre um workshop de retrato ministrado pelo Nanã Sousa Dias. O retrato era algo que eu gostava particularmente, mas esse workshop já se encontrava cheio e prometi a mim mesmo que no próximo eu me inscrevia. O próximo que o Nanã deu foi de paisagem e na altura não era bem o que mais me interessava mas fui.
Aí obtive o meu primeiro e mais forte "choque frontal" em termos artísticos. A informação, o conhecimento adquirido e principalmente ver as fotografias ampliadas em papel a passarem por mim de um nível que eu até então eu desconhecia, até hoje ainda está na minha memória! E a paisagem virou também paixão.
Até à data eu desconhecia a fotografia como meio de se expressar algo mais profundo do que os simples registos sociais, recordo-me de ter visto algumas fotografias do Sebastião Salgado, mas que na altura considerava mais uns registos sociais de bom gosto. Os postais das falésias do Algarve, era o que eu conhecia como boas fotografias de paisagens. mas pouco me diziam.
Com o workshop do Nãna tudo mudou e sendo ele um fotógrafo que usa o analógico, o caminho estava aberto!
Até à data eu pensava que qualquer máquina digital, mesmo de 1.3 megapixeis eram melhores do que qualquer máquina dos anos 30 ou 40 e no workshop percebi o quanto estava errado.
A partir daí vendi o que tinha de digital e comecei a estudar o trabalho dos grandes mestres e nunca mais parei.
Montei o meu próprio laboratório, tive a oportunidade de fazer mais alguns workshops de laboratório, com o John Sexton (assistente do Ansel Adams) e Roman Loranc que me ajudaram a afinar alguns detalhes e hoje em dia fotografo 99% em analógico e tento replicar nas minhas fotografias o tal sentimento profundo que senti em 2006. Até ao momento acho que ainda não consegui! :)

 

Que equipamento costumas usar?

Eu fotografo desde o 35mm até ao Grande Formato 8x10".
Nikon FM2 e uma 50mm 1.4 para o 35mm, de Medio Formato, uso o sistema Pentax e Hasselblad com diversas lentes, desde o 50mm até ao 250mm. No Grande Formato 4x5" uso uma Linhof com lentes desde o 58mm ao 240mm e no 8x10" uma Intrepid Camera com a lente 240mm.

 

E películas?

Maioritariamente eu fotografo com película a preto e branco, esta é sem dúvida a minha paixão. Usei muito tempo o Fuji Acros 100, mas com a sua descontinuação e os preços exorbitantes, opto mais no 35mm e Medio Formato pelo Ilford FP4+ e o Kodak Tmax 400.
No Grande Formato uso o Fomapan 400 e Tmax 400.

 

Ainda processas os teus filmes? Se sim porque ainda o fazes?

Embora no meu caso a revelação dos filmes seja a altura menos criativa do processo e por isso para mim menos interessante, eu faço-o por uma questão de controle de como eu quero que sejam revelados, que revelador eu pretendo usar e também por uma questão económica (fica mais barato) e de tempo (mais rápido). O revelador que uso neste momento é o Pyro PMK.

 

Também amplias as tuas fotos, como caracterizas o tempo que passas no laboratório?

O tempo que passa no laboratório, é um dos melhores momentos deste processo! Assim que ligo a luz vermelha, entro num novo mundo e eu adoro aquele ambiente, calmo mas tenso, do silêncio mas ao mesmo tempo com alguns sons aqui e acolá, do cheiro, das tentativas e erros, do andar entre o ampliador e a zona dos químicos, da conversa que vou tendo comigo mesmo sobre o que devo manter e o que devo alterar, é o lugar onde a criatividade é quem manda . Sem dúvida é um tempo mágico, principalmente quando as coisas correm bem:)

 

Porquê Grande Formato?

O Grande Formato está num "campeonato" diferente em relação ao 35mm e Médio Formato, é quase como a Formula 1 da fotografia analógica. É um sistema que tem as suas vantagens e desvantagens tal como os outros. Mas principalmente o detalhe, a suavidade de transição nas gamas de cinzento e a possibilidade de fazer grandes ampliações sem perda de qualidade é o que me atrai. Quando se olha para o despolido de uma câmara 8x10" percebe-se bem esta diferença entre vêr um filme no telemóvel ou no cinema :)

 

Musas ou fotografia de paisagem? O que te define melhor?

Depende muito do estado interior em que me encontro, mas na verdade eu gosto muito de fotografar e sinto-me contente em que situação for, desde que esteja a tirar fotografias!
No entanto a paisagem, a natureza tem um poder especial sobre mim. Uma das coisas que mais gosto é sair de casa ainda de noite,sentir o frio da manhã, a mochila carregada de películas e ver a luz do sol nascer.
O retrato e a figura humana é algo que ainda pretendo explorar mais, é muito importante ter uma boa relação com a modelo para que os resultados sejam satisfatórios, com a natureza essa relação já existe desde o momento em que nascemos, nada é forçado.

 

Numa época em as câmaras digitais estão tão difundidas e é tão fácil fotografar, porque insistes em usar película?

Ser um fotógrafo que usa película, revela os seus filmes e amplia os seus próprios negativos á semelhança do passado tem tudo a haver comigo. Eu não sou uma pessoa hi-tech, gosto de estar informado, mas não gosto do marketing consumista das marcas para os consumidores. Ao usar analógico não estou preocupado com grandes revoluções tecnológicas que surjam, com novos gadgets, para mim quanto mais simples melhor, e o próprio sistema analógico é mais simples. Uma câmara de Grande Formato é dos equipamentos mais básicos e de uma qualidade impressionante que existe.
Outro dos motivos é que com o analógico não tenho de estar horas à frente de um computador, gosto muito de poder usar as minhas mãos como ferramenta para criar a fotografia em papel. A parte táctil do processo é muito importante para mim, consigo criar uma ligação mais próxima com este tipo de abordagem do que clicar um botão e sair uma impressão a jacto de tinta. No entanto também não sou nenhum purista e vejo as vantagens inquestionáveis do digital.

 

Referências na fotografia?

Como referências tenho o Nanã Sousa Dias que a par com o Eduardo Gageiro e Artur Pastor, são para mim os melhores fotógrafos portugueses e como estrangeiros há sem dúvida um leque enorme, tais como o Ansel Adams. Brett e Edward Weston, Cristopher Burkett, Roman Loranc, Bill Brandt, Ruth Bernhard, John Sexton, Michael Kenna, Robert Mapplethorpe, Jean-Loup Sieff, Joseph Holmes, Sebastião Salgado, Irving Penn....

 

O que te inspira?

A luz no nosso planeta, o sorriso dos filhos, o silêncio de um nascer ou pôr-do-sol, o vivermos no mistério da vida, o não sermos perfeitos, o querer aprender, de todos os dias termos mais uma hipótese de melhorar algo e de fotógrafos que usam o analógico :)
O fotógrafo japonês Masao Yamamoto, descreveu o que eu mais procuro na fotografia de uma forma simples e direta:
"Para mim uma boa fotografia é aquela que nos acalma. Nos faz sentir bondosos, gentis. Uma fotografia que nos transmita coragem, que nos traga boas lembranças, que faz as pessoas felizes" .

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Gonçalo dá workshops de laboratório; desde a captura da imagem, revelação dos rolos e ampliação. Podem-no encontrar pelo Instagram na conta @gelatinadeprata.

 

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3 curtas de animação sobre a vida de 3 fotógrafos pioneiros

Submetido por nunol em Qua, 15/06/2016 - 13:35

O animador Drew Christie de Whidbey Island, Washington, fez recentemente uma série de curtas-metragens de animação encomendadas pelo pelo San Francisco Museum of Modern Art, que contam a história de três fotógrafos pioneiros.

 

Henry Fox Talbot

"Sun Pictures" conta a história das primeiras fotografias, bem como as inovações esquecidas de Henry Fox Talbot:

 

Eadweard Muybridge

“Slices of Time” é sobre a carreira de Eadweard Muybridge, o padrinho do cinema:

 

Carleton Watkins

“Peaks and Perils” é sobre o trabalho de Carleton Watkins, fotógrado de paisagem do século 19, cujo trabalho convenceu o Congresso dos EUA a tornar Yosemite num parque nacional:

 

(via Drew Christie via ISO 1200)

 

 

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Um café com Nanã Sousa Dias

Submetido por nunol em Qui, 15/10/2015 - 16:11
A Internet tem tantas coisas quanto más, no contexto da fotografia, grande parte das imagens que vemos hoje em dia por aí são lixo, e as redes sociais são invadidas constantemente por discussões medíocres sobre equipamento. 
 
Ainda bem que a exceção confirma a regra; conheci o Nanã Sousa Dias por uns artigos que ele escreveu, vi algumas fotos e foi amor à primeira vista. Quase que arrisco dizer que Nanã Sousa Dias está para a Ericeira como o Clyde Butcher está para os Everglades.

 
A conversa durou um café, o Nanã falou das razões porque continua a fotografar com película, aqui fica um resumo:
 
 
Continuo a preferir o sistema analógico ao digital para a fotografia em preto e branco, por várias razões.
 
A primeira prende-se com a questão da gama dinâmica. Na película negativa de preto e branco, a gama dinâmica é bastante superior, conseguindo-se obter muito mais detalhes, desde o preto puro ao branco puro.
 
Outra vantagem da película de P&B é o facto de se poder alterar ou manipular o contraste do negativo, através da medição de luz e utilização do Sistemas de Zonas e consequente contracção ou expansão do tempo de revelação da película.
 
Isto pode ser utilizado apenas para correcção do contraste mas, também pode ser utilizado para fins artísticos ou conceptuais.
 
O Sistema de Zonas, quando bem aplicado, sobretudo nos fotogramas de maiores dimensões, como é o caso do médio e grande formatos, permite um grau de precisão superior ao de um histograma apresentado nos LCD das máquinas digitais.
 
Outra vantagem das películas analógicas é o facto de existirem em sensibilidades muito baixas, tais como 20 ISO, o que é uma enorme vantagem para a fotografia de Paisagem, por exemplo, quando se pretende utilizar velocidades de obturador muito baixas, mantendo, simultaneamente, uma abertura de diafragma pequena, com o intuito de aumentar a profundidade de campo, isto, mesmo em pleno dia, sem ser necessário recorrer a filtros de densidade neutra, principalmente, nas máquinas de grande formato, que utilizam lentes com aberturas mínimas de f64, f90 e até mesmo f260.
 
Uma outra vantagem da película é o facto de qualquer máquina analógica mecânica, poder utilizar películas infra-vermelhas.
 
O facto de existirem variadíssimos tipos de películas de P&B no mercado, com características diferentes, é também uma mais-valia em termos de constraste, grão e comportamento relativamente à representação das cores, em gamas de cinzentos, diferentes de película para película.
 
Também a ampliação tradicional, em papel de fibra baritado ainda não tem rival, quanto ao resultado final.
 
Uma outra vantagem, actualmente, são os baixos preços de equipamentos de topo, no mercado de usados, o que torna o sistema analógico num produto atractivo, para quem pretenda dedicar-se à fotografia Fine Art.
 
 
Algumas fotografias por Nanã Sousa Dias:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nanã Sousa Dias foca-se principalmente na fotografia de paisagem, retrato, nu em estúdio e fotografia urbana, maioritariamente a preto e branco. É seguidor do Sistema de Zonas, criado por Ansel Adams e Edward Weston, imprime os seus trabalhos em laboratório convencional e é um amante da fotografia “Fine Art”, médio e grande formato. Ao longo dos últimos anos tem participado em vários sites dos Estados Unidos, Brasil, Rússia, Dinamarca, Alemanha e Portugal, tendo recebido numerosos prémios e distinções. Alguns dos seus trabalhos já foram publicados em revistas nacionais e estrangeiras, bem como em livros técnicos, distribuídos em todo o mundo por uma conceituada editora de livros e revistas de fotografia. Dá regularmente workshops de câmara escura e fotografia de paisagem.
 

 

O portfolio de Nanã Sousa Dias pode ser visitado em www.nanasousadias.com
 
 
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O Segredo de Vivian Maier

Submetido por nunol em Qua, 29/04/2015 - 15:59

Durante mais de 40 anos, entre o princípio da década de 50 e a de 90, a fotografia foi o maior segredo da sua vida. Fotografou obsessivamente – mais de 100 mil negativos foram encontrados – mas nunca deixou que outra pessoa entrasse no seu mundo a preto e branco.

Tantas reservas em relação à própria arte só a encontro, que eu saiba, em Franz Kafka – e mesmo assim, ao contrário de Vivian Maier, Kafka mostrava os seus escritos às pessoas mais próximas.

(Antes de morrer, Kafka deixou indicações ao seu executor testamentário para que queimasse todas as suas obras. Felizmente para nós, Max Brod não acatou estas instruções e chegou a preparar algumas para publicação. No entanto, tal como em relação a Maier, só depois de morrer o mundo tomou conhecimento da sua existência.)

 

 

Maier e a melhor amiga

Vivian Maier
Noite de Natal de 1953, Nova Iorque

 

Vivian Maier
Nova Iorque, 1954

 

Vivian Maier
Janeiro de 1953, Nova Iorque

 

Vivian Maier
Auto-retrato, 18 de Outubro de 1953, Nova Iorque

 

Vivian Maier nunca teve ninguém a quem pudesse pedir a destruição do seu espólio: viveu sempre sozinha, acompanhada da sua inseparável Rolleiflex (mais tarde uma Leica, quando mudou para a cor). A relação mais estável e duradoura da sua vida foram as três crianças da família Gensburg para quem trabalhou como baby-sitter.

Maier viveu alguns anos em Nova Iorque, mudou-se para Chicago, viajou pelo país, às vezes fora do país, fotografando sempre, sobretudo os desafortunados da vida. À medida que os anos iam passando, Maier foi tendo cada vez mais dificuldade em arranjar trabalho. Teria ficado a dormir na rua, se as crianças da família Gensburg, que a consideravam uma segunda mãe mesmo depois de se tornarem adultas, não se tivessem juntado para lhe pagar o aluguer de um pequeno estúdio.

Apesar desta ajuda, vivia na miséria, sem dinheiro para revelar as fotos que tirava. De certa forma viveu a tragédia de Beethoven, cuja surdez na parte final da vida o impediu de ouvir as suas composições. Muitas das fotos de Maier também permaneceram encerradas na sua cabeça.

Os pormenores da sua vida são tão escassos que não se sabe bem o que lhe aconteceu a partir da década de 90. Teriam os seus afilhados desistido de ajudar a pagar a renda? A investigação continua. Um documentário sobre a sua vida encontra-se agora em fase de pré-produção. O que se sabe é que, em 2007, todos os seus negativos foram confiscados para cobrir rendas em atraso. Acabou por morrer dois anos depois, a 21 de Abril de 2009, aos 83.

 
 

276 euros por uma vida inteira

Vivian Maier
22 de Agosto de 1956, local não assinalado

 

Vivian Maier
Sem título, data ou local assinalados
 
 
Vivian Maier
Janeiro de 1956, Chicago

 

O seu espólio foi descoberto quando os negativos foram leiloados e comprados por John Maloof, um agente imobiliário de 29 anos que se interessou pelos rolos quando descobriu que continham fotografias de cenas da vida quotidiana de Chicago. Maloof e um amigo estavam a recolher material fotográfico vintage que documentasse a história do emblemático parque da cidade, o Portage Park.

Maloof pagou 400 dólares, pouco mais de 276 euros.

O agente imobiliário não encontrou qualquer foto do parque no espólio de Maier e, «sem perceber nada de fotografia de rua», viu-se com milhares de negativos e sem saber o que lhes fazer. Digitalizou algumas fotos, abriu um blogue, mas passou despercebido. A 9 de Outubro de 2009 resolveu pedir ajuda no Flickr, na página de um grupo chamado Hardcore Street Photography.

Depois de explicar que estava na posse de uma quantidade gigantesca de negativos, escreveu o seguinte: «Acho que a minha questão é esta, que faço eu com isto? Vejam as fotos no meu blogue. Será isto material digno de exposições ou de um livro? Ou este tipo de trabalhos surge com frequência? Gostava realmente que me orientassem».

Vale a pena seguir o link e ler todos os comentários que despoletou.

E foi assim que o mundo finalmente descobriu um dos segredos mais bem guardados da street photography. As fotos de Vivian Maier foram exibidas no Centro Cultural de Chicago, com um sucesso estrondoso, tendo em conta também a peculiar história do seu espólio e o mistério da fotógrafa; o livro já foi publicado e um documentário está a caminho.

 

As fotos que aqui estão são uma ínfima parte da sua arte. A coleção na sua página oficial, com centenas delas, incluindo 40 auto-retratos, continua a ser uma pequena parte do seu espólio. Maier deixou uma vida inteira por revelar.

 

Vivian Maier
Nova Iorque, data não-assinalada

 

Vivian Maier
Sem título, data ou local assinalados

 

Vivian Maier
Emmett Kelly, artista de circo, criador do palhaço Weary Willie, inspirado na Grande Depressão

 

via bitaites

Vivian Maier no Artsy

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À conversa com Edgar Martins

Submetido por nunol em Qua, 12/11/2014 - 17:54

Edgar Martins nasceu em Évora, em 1977, e cresceu em Macau. Mudou-se para Inglaterra em 1996, onde completou a sua formação em Belas Artes e Fotografia, primeiro no London Institute e depois no Royal College of Art, em Londres. O seu trabalho está representado internacionalmente em inúmeras colecções e, nos últimos anos, recebeu prestigiosos prémios.

 
Fotografa com câmaras de grande formato e a sua obra tem variadas influências, desde a poesia à filosofia, passando pela fotografia documental e conceptual. Há uma ambiguidade e provocação constante na produção de Edgar Martins. Trata-se de uma fotografia que, segundo o artista, pretende despertar um espírito crítico nas pessoas que observam as imagens.
Edgar Martins vive e trabalha em Inglaterra.
 
Está patente em Coimbra, na sala da cidade, até 31 de Dezembro, uma exposição do último projecto do artista - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite.
 
 

De onde vem o interesse pela fotografia?

Para ser sincero, não me recordo. Tive alguns encontros com a fotografia, mas nada determinante. Só em 1996, aos 18 anos de idade, após ter editado um pequeno livro de poesias e dissertações filosóficas (esta foi a minha primeira tentativa de abordagem do mundo) é que tomei consciência de que queria estudar imagem visual. A forte componente visual do trabalho (inspirado na poesia Beat) serviu como incentivo. 
Quando acabei o Liceu, em Macau, pesquisei exaustivamente cursos de Imagem Visual, na Europa, e foi aí que decidi estudar Fotografia e Belas Artes, em Inglaterra.
 

Como descreves a tua fotografia?

Fica algures entre o descritivo e especulativo, entre o real e o ficcional. No meu trabalho procuro constantemente suplantar a função documental da fotografia, de forma a conectá-la a um leque de referências mais lato, e também, de forma a questionar as expectativas e convicções do espectador e a forma como este se relaciona com o mundo à sua volta.
É por isso que procuro tópicos que nos arremessam para as antinomias da percepção e existência, que nos empurram para a exploração das fronteiras instáveis e das realidades volúveis… 
 

Que equipamento e objectivas usas nas fotos que mostras aqui?

Usei apenas duas máquinas analógicas de grande formato: uma Toyo Field 4x5 e Toyo Field 8x10”, mas sobretudo esta última.
Quanto a objectivas : uma Schneider 90mm (em 4x5) e uma Rodenstock equivalente em 8x10”.
Por vezes utilizo também um pequeno flash manual.
 

E películas preferidas??

Kodak Portra 160 ou Kodak Ektar 100.
 

O facto de trabalhares com uma câmara de grande formato é uma escolha instintiva para a tua fotografia?

As máquinas de grande formato permitem uma abordagem muito mais reflexiva, mais introspectiva. O fotógrafo tem de estabelecer uma relação bastante mais intima com o seu sujeito/tema.
Trabalhar desta forma representa um espécie ponto de resistência ao mundo de fluxo e fluidez em que vivemos, como diz o filósofo Peter Osborne, a um mundo quase que assombrado por mobilidade e intangibilidade.
De um ponto de vista técnico, as máquinas analógicas de grande formato permitem um maior grau de controle sobre determinados aspectos formais da imagem (perspectiva, entre outros). Mas por outro lado, e paradoxicamente, também temos de abdicar de algum controle em áreas que historicamente sempre definiram a relação entre a fotografia/fotógrafo e o sujeito/momento fotográfico. Por exemplo, para além de nunca conseguir visualizar as fotografias que estou a tirar, em loco, quando se trabalha com longas exposições quase tudo se torna impossível de quantificar (o tempo de exposição, o próprio acto de focagem, etc).
A linguagem visual que resulta desta dialéctica é muito interessante.
Creio que já referi isto em entrevistas prévias mas aquilo que me motiva, hoje em dia, não são as possibilidades técnicas do medium mas as suas insuficiências, as suas carências. 
 

Porque insistes em fotografar com película? Qual o peso de edição digital na fotografia final?

Não há dúvida de que têm havido grandes avanços no mundo digital mas o uso da película representa uma preferência pessoal.
Aquilo que estou constantemente a tentar recriar é aquela primeira experiência que temos no laboratório onde vemos a imagem fotográfica a aparecer, pela primeira vez (e quase que por magia), no revelador. 
É por isso, que só vejo os frutos do meu trabalho quando os negativos são revelados e nunca em loco. Muitas vezes os resultados superam as expectativas e há acidentes fortuitos incríveis. Mas em muitas outras instâncias os resultados são uma verdadeira desilusão. Isto faz parte do processo e ter de abdicar de algum controle no acto de fotografar ou ter de regressar 2/3 vezes a determinados locais para os re-fotografar, não me incomoda muito.
Aliás esta é uma condição essencial para trabalhar num projecto: ter tempo para experimentar e estudar o tema/local com que estou a lidar.
Por outro lado, a película de grande formato (sobretudo em 8x10”), na minha opinião, tem características técnicas superiores à imagem digital, sobretudo quando se trabalha com longas exposições e grandes ampliações. O grão é mais natural, existe maior latitude de exposição, existe um maior grau de nitidez e detalhe nas sombras, etc.
O tratamento digital das minhas imagens assume pesos diferentes em trabalhos e imagens diferentes.
Pode ir do mero restauro à própria construção digital. Mas em projectos mais recentes tem havido menos recurso ao digital.
 

Nota-se nos teus trabalhos influências de fotografia de paisagem e fotografia documental, porém a concretização costuma ser subversiva. Podemos ver isso em projectos como The Accidental Theorist A Metaphysical, Survey of British Dwellings ou When Light Casts no Shadow, é isto a “fotografia que vê para além do real”?

No meu trabalho adopto deliberadamente toda uma série de abordagens diferentes: algumas imagens são aquilo que mais usualmente esperamos de uma fotografia – provas do mundo tal qual pensamos que ele é – ao passo que outras incrustam claramente na realidade um toque de ficção. Esses projectos a que te referes são um bom exemplo disso. Eles são definidos por uma presença intangível, mas de alguma forma persistente, do estranho familiar – um abismo cujo umbral oscila no limiar da credibilidade e onde a indexicalidade da imagem só pode ser mantida provisoriamente pela suspensão da incredulidade do espectador.
 
A força desses projectos reside no diálogo silencioso que eles estabelecem entre o mundo real e um mundo imaginário. Esta estratégia exige uma participação muito mais activa da parte do espectador, que é assim convidado a assumir um papel principal na encenação das narrativas e ideias implícitas no trabalho.
 
Este é quase sempre o desafio, mesmo em projectos como The Time Machine ou a A Impossibilidade Poética de Conter o Infinito, onde há partida se assume uma abordagem bastante mais documental.
 
As centrais hidroeléctricas da EDP e instalações da ESA (Agência Espacial Europeia) são inexoravelmente heterogéneas, lugares onde existe uma convergência, sobreposição  desfocarem de sentidos, funções e temporalidades. De forma que o principal desafio que se me colocou, nestes projectos, nem foi um de acesso ou relacionado com questões logísticas ou operacionais, mas o de desenvolver uma abordagem simultaneamente descritiva e especulativa, documentando o valor científico e histórico dos objectos e espaços mas também desconstruindo esses mesmos espaços e objectos, revelando assim as suas derivações poéticas e as suas ressonâncias culturais e ideológicas. 
 

Referências na fotografia? algum fotógrafo decisivo na tua vida para também quereres ser fotógrafo?

As minhas referências nunca vieram do campo restrito da fotografia, mas sobretudo do mundo da arte e literatura.
Mas é claro que tenho referência fotográficas: desde a escola de Dusseldorf (os Beckers, o Jorg Sasse, o Elger Esser), aos Amerianos clássicos como o Walker Evans, a fotógrafos conceptuais como o Patrick Tosani, o Oivier Richon, o John Stezaker, entre vários outros. Mas também sou influenciado pelos meus contemporâneos.
 

O Sagrada Película sabe que estás a finalizar um projecto que foi feito com a BMW, queres falar um pouco desse trabalho?

O projecto com a BMW está finalizado. Intitula-se 0.00.00 e como referi em cima representa uma espécie de ponto de reflexão/resistência ao mundo de fluxo e fluidez em que vivemos. Parte de uma premissa muito simples: abrandar/parar o tempo. Algo que não é fácil numa fábrica automóvel…
O projecto será lançado e editado para o ano.
 

Projectos para o futuro?

Estou neste momento a produzir um projecto incrível com o Instituto de Medicina Legal. É um projecto provocativo, que marca um claro corte com os meus anteriores projectos, tanto nos conteúdos, como na metodologia e esteticamente, e que tem como objectivo escrutinar a nossa relação com a morte e os conceitos de mortalidade e finitude.
O projecto procura expor e manter em tensão muitas das contradições e problemas inerentes à representação da morte (revelando, assim, a fragilidade dos nossos sistemas cognitivos e de percepção) e, simultaneamente, procura compreender, através de uma narrativa fundamentalmente humana, o que representa a morte.  
 

O que te inspira?

A mesma coisa que me frustra: a condição humana. 
Mas na verdade sou inspirado por quase tudo, desde o micro (ver a dinâmica de um formigueiro, por exemplo) ou macro (o espaço, o infinito, o desconhecido).
 
 
Edgar Martins - The Accidental Theorist, 2007
Untitled (10:25 pm, Oeiras, Portugal)
The Accidental Theorist, 2007
 
 
Edgar Martins - The Accidental Theorist, 2007
Untitled (11:15 pm, Oeiras, Portugal)
The Accidental Theorist, 2007
 
 
Edgar Martins - When Light Casts no Shadow, 2008
Untitled (Santa Maria - 65m exp.)
When Light Casts no Shadow, 2008
 
 
Edgar Martins - When Light Casts no Shadow, 2008
Untitled (Santa Maria - 55m exp.)
When Light Casts no Shadow, 2008
 
 
Edgar Martins - A Metaphysical Survey of British Dwellings, 2010
Old Street
A Metaphysical Survey of British Dwellings, 2010
 
 
Edgar Martins - A Metaphysical Survey of British Dwellings, 2010
High Street
A Metaphysical Survey of British Dwellings, 2010
 
 
Edgar Martins - The Time Machine, 2011
Lindoso power station: control room (frontal view)
The Time Machine, 2011
 
 
Edgar Martins - The Time Machine, 2011
Fratel power station: machine hall
The Time Machine, 2011
 
 
Edgar Martins - The Time Machine, 2011
Pocinho power station: equipment unloading dock (view from the machine hall)
The Time Machine, 2011
 
 
Edgar Martins - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
Entrance to Compact Payload Test Range for antenna testing (CPTR), ESA-ESTEC, Noordwijk (The Netherlands)
The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
 
 
Edgar Martins - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
S5 payload preparation complex – spacecraft fuelling bay, CSG-Europe's Spaceport, Kourou (French Guiana)
The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
 
 
Edgar Martins - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
Mobile gantry for the Vega launcher, seen from underneath, CSG-Europe's Spaceport, Kourou (French Guiana)
The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
 
 
Edgar Martins - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
Mockup of Node 2 or Harmony in the Erasmus high bay, ESA-ESTEC, Noordwijk (The Netherlands)
The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
 
 
Edgar Martins - The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
Interior of Large Space Simulator vaccum chamber, ESA-ESTEC, Noordwijk (The Netherlands)
The Rehearsal of Space & the Poetic Impossibility to Manage the Infinite, 2014
 

 

Todas as fotografias da autoria de Edgar Martins e publicadas com permissão. 

 

www.edgarmartins.com

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À conversa com Vera Marmelo

Submetido por nunol em Seg, 18/08/2014 - 18:11

Retrato de Vera Marmelo

 

Vera Marmelo nasceu em 1984 no Barreiro, desde 2006 que fotografa com regularidade concertos e músicos portugueses. Já fotografou bandas como You Can't Win Charlie Brown, PAUS ou Orelha Negra. É autodidacta no que respeita a fotografia e dizem que faz parte da mobília da ZDB.

 

 

 

De onde vem o interesse pela fotografia?

Em 2002 começo a fotografar, com uma pequena digital do meu pai, concertos que aconteciam no Barreiro. Não conhecia as pessoas e esta era uma forma de entrar em contacto com elas. Já estava no IST, onde fiz engenharia, quando compro a minha primeira máquina, aprendo a revelar e ampliar no NAF. Nessa altura já era mais regular na movida musical do Barreiro e começava a frequentar alguns concertos em Lisboa. Fotografava cada vez mais, chegava a casa revelava os rolos à noite, na manhã seguinte estavam secos e prontos a digitalizar. Desde sempre que tenho um scanner de negativos. Na verdade a minha ligação à fotografia acontece a par da minha ligação à música. É o meu instrumento, a minha desculpa para estar sempre presente e a minha maneira de contribuir para divulgar os músicos que acompanhava.

 

Como descreves a tua fotografia?

Cada vez mais o feedback que recebo remete para palavras como “intimidade”. A intimidade possível quando estás a fotografar em ambientes de concerto e backstage, óbvio.

Confundo cada vez mais os meus momentos de “vida pessoal” com os momentos em que estou a fotografar, portanto sim, haverá um caracter de proximidade.

 

Que equipamento e lentes usas nas fotos que mostras aqui?

Bronica zenza, uma médio formato, 6x4.5.

 

E películas preferidas?

Ilford HP5. Recentemente tive resultados muito bons com o Ektar da Kodak, o que não é comum. Tenho muito azar com cores.

 

Em concertos usas uma câmara digital, fora disso usas uma câmara analógica. Porque insistes em fotografar com película?

Uso a digital em mais do que concertos. Tenho uma full frame todo terreno e uma lente 50mm apenas.

Uso a bronica, a médio formato, com a lente de 75mm sempre que quero fazer retratos especiais. Sempre que há mais disponibilidade por parte dos fotografados, sempre que quero fazer e ter um momento mais especial com alguém. A opção não acontece pela ideia de fotografar com película. O meu gosto em usar a bronica é mais pela fisicalidade da coisa. Estou convencida que a partir do momento em que não encaro alguém de frente, tendo de me curvar para fotografar, parto de uma posição mais equilibrada e justa entre os dois. Sou obviamente mais lenta e cuidadosa a fotografar com filme. Não temos hipótese de ver os resultados no momento, o que me agrada particularmente e na verdade tento fazer também quando fotografo com a digital. Depois o formato agrada-me bastante. Não gosto do quadrado, o 6x4,5 é perfeito para mim. Deixo sempre a frame preta do negativo a controlar o retrato, não por pudores relativamente aos crops, apenas porque tenho tempo de decidir o que é melhor e como tal sei que quero tudo o que está entre as linhas pretas. Depois óbvio que há uma magia especial nas texturas que se observam quando fotografas com filme, há o inesperado, há a espera (que na verdade não é muita) e há o risco de correr tudo mal e teres a hipótese de te encontrar com o retratado novamente. 

 

E porque não usar uma câmara analógica nos concertos?

Durante uns bons 4 anos fotografei com filme. Fiquei desde então muito poupadinha nos cliques. De quando em quando ainda acabo um rolo ou outro ao vivo. Mas por questões de rapidez e dinheiro prefiro fotografar com a digital. 

 

Ainda processas os teus filmes? Se sim porque ainda o fazes?

Nunca entreguei um preto e branco numa loja. Faço-o porque confio mais em mim do que no tipo a quem dou os rolos, porque assim tenho o rolo que fotografei no sábado pronto a digitalizar no domingo. Faço-o porque fica mais barato e porque são 30 minutos de silêncio, muito raros, a sentir o tempo a passar.

 

Referências na fotografia? algum fotografo decisivo na tua vida para também quereres ser fotógrafa?

Há um músico de que gostava muito há uns 10 anos atrás, o Devendra Banhart. O Devendra tem uma amiga dos tempos de escola que sempre o fotografou. Chama-se Lauren Dukoff e é uma das minhas favoritas. Acho que nem a encaro como uma motivação para fotografar, mais como uma motivação para te juntares a quem fotografas com o coração. Ela faz parte daquele grupo de amigos, de músicos e sentia a urgência de documentar as suas vidas. A Lauren tem a minha idade e tem um início e razões para começar muito parecidas às minhas. O seu trabalho é um exemplo de beleza e simplicidade incrível. Só usa filme. Sempre quis uma mamiya porque é essa a máquina que ela usa.

 

 

O panorama da música indie portuguesa é um nicho, acabas por ficar amiga dos músicos? Achas que essa intimidade torna as tuas fotos especiais?

Obviamente que sim. A minha relação de amizade e proximidade com estas pessoas facilita-me a vida de uma forma incomensurável. Aliás, a minha vontade e disponibilidade para os continuar a acompanhar é justificada pela minha vontade de estar na companhia de pessoas que são minhas amigas e que me tratam tão bem. Havendo essa relação de bem querer, é quase comparável a um pai fotógrafo que tem prazer em registrar a vida do seu filho.

 

 

O que te inspira?

Os meus amigos.

A música que os meus amigos fazem. 

A energia de pessoas, o que as pessoas podem construir de belo, conversas interessantes, pessoas que fazem acontecer coisas bonitas, que fazem as outras pessoas se sentirem bem. 

A beleza e o carisma de desconhecidos.

 

Foto de Espirito Santo por Vera Marmelo

 

Fotos de Joao Canziani por Vera Marmelo

 

Foto de Marcia por Vera Marmelo

 

Foto de Marta Ren por Vera Marmelo

 

Foto de Mila por Vera Marmelo

 

Foto de Lucia Moniz por Vera Marmelo

 

Foto de Pedro Lourenço por Vera Marmelo

 

Foto de Sensi por Vera Marmelo

 

Foto de Thurston Moore por Vera Marmelo

 

Foto de Vince Moon por Vera Marmelo

 

 

Todas as fotografias da autoria de Vera Marmelo e publicadas com permissão.

 

cargocollective.com/veramarmelo 
v-miopia.blogspot.com

 

 

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A câmara escura de Clyde Butcher

Submetido por nunol em Ter, 17/12/2013 - 11:52

foto de Clyde Butcher

Dizer que Clyde Butcher é um fotógrafo de paisagem que usa câmaras de grande formato é redutor. Em Clyde Butcher, tudo é enorme: o filme, a câmara escura e as fotos.  

 

Formado em arquitectura, Butcher decidiu mudar o rumo da sua carreira depois de ver uma exposição de Ansel Adams em Yosemite. Ficou tão impressionado com o trabalho do fotógrafo, que começou a fotografar paisagens a preto e branco. 

 

O choque frontal de um condutor embriagado com o seu filho nos anos 80 foi um evento que o marcou para sempre, levando-o a mudar-se para a Florida e a fotografar exclusivamente em preto e branco, com câmaras de grande formato; principalmente uma Deardorff 8x10''. Até hoje, Butcher tem vindo a documentar extensivamente a paisagem da Florida, com grande enfoque nos Everglades.

 

As fotografias resultantes atingem dimensões murais ( até 1,5x2,5m ) com um detalhe que só é possível devido ao suporte utilizado e à mestria do fotógrafo na câmara escura. O monitor talvez não faça justiça às fotos. Dizem que as fotos impressas de Butcher são de tirar o fôlego!

 

Terminamos com um vídeo em que Butcher faz uma visita guiada à sua câmara escura e ainda uma apresentação inspiradora nas TED talks.

 
 
 
 
Referências:
http://www.clydebutcher.com/
 
http://www.deardorffcameras.com/
 
 
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Nos bastidores de Creating Camelot

Submetido por nunol em Qua, 09/10/2013 - 14:23

prova-de-contacto-jacques-lowe
exemplo de prova de contacto de Jacques Lowe

 

Para além das milhares de vidas, prédios e outras casualidades que se perderam no 11 de Setembro de 2001, também se perdeu um espólio de valor incalculável que estava guardado num cofre à prova de fogo no World Trade Center.

 

Nesse cofre estavam 40.000 negativos que Jacques Lowe, o fotógrafo oficial dos Kennedy registou durante três anos. Lowe tinha acesso livre acesso e fotografou desde aparições oficiais a momentos mais intimistas da familia Kennedy.

 

Por sorte, Lowe tinha no seu estúdio de New York um backup com 1.500 provas de contacto. Essas provas de contacto eram uma ferramenta para o fotógrafo que marcava as imagens para publicar com lápis, marcadores ou autocolantes. 

 

 

pormenor de uma prova de contacto: antes e depois

 

Para a exposição Creating Camelot no museu Newseum de Washington, os técnicos tiveram que restaurar as provas de contacto e lidar com todos os problemas implícitos: riscos, pó e sujidade. Foram restauradas mais de 200 imagens das provas de contacto e dessas foram usadas 70 na exposição.

 

Este vídeo mostra um bocado do processo do restauro e os desafios que a equipa enfrentou:

 

 

Para saber mais no blog da Adobe Lex van den Berghe revela mais detalhes de como correu o processo de restauro, e a filha de Lowe fala um bocado da relação do pai com os negativos. 

 

via Time

 


Camelot

Em contextos norte-americanos, a palavra "Camelot" às vezes é usado para referir com admiração a presidência de John F. Kennedy, como seu mandato foi dito ter potencial e promessa para o futuro, e muitos foram inspirados pelos discursos de Kennedy, visão e políticas .

Na época, o assassinato de Kennedy tinha sido comparado com a queda do rei Arthur. As linhas "Não deixe que ele seja esquecido, uma vez que havia uma mancha, por um breve momento brilhante, que era conhecido como Camelot", do musical Camelot, foram citados por sua viúva Jacqueline como sendo de sua canção favorita da partitura. "Haverá grandes Presidentes de novo", ela acrescentou, "mas não vai haver outro Camelot novamente ... isso nunca vai ser assim de novo". 
in wiki
 
 
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